16 de fevereiro International Syrah Day Dois Estilos Para Um Mesmo Vinho”

de NWines Importadora em March 15, 2023

A Syrah ou Shiraz é talvez a variedade mais antiga em uso no planeta vinho. Por muito tempo se cogitou que fosse de origem siciliana, tendo seu nome derivado da cidade de Siracusa. Já outra linha de pesquisas defendia que era nativa da Pérsia (atual Irã), e que seu nome faria menção à cidade de Shiraz. Mas a hipótese mais conclusiva, comprovada por estudos de DNA entre o Departamento de Viticultura e Enologia da Universidade da Califórnia e a Estação de Pesquisa Vitícola de Montpellier, na França é que se trata de uma casta autóctone do Norte do Vale do Rhône na França, aonde vem produzindo vinhos desde os tempos da dominação romana. Conjecturas a parte, o que não deixa dúvida é a notoriedade que esta casta ganhou no cenário internacional, quando a Austrália mostrou para o mundo o seu Penfolds Grange, obra do enólogo, Max Schubert em 1951, um Shiraz moderno do Barossa Valley, suculento e mais bombado do que os vinhos das Apelações Côte-Rôtie, Cornas, Saint-Joseph, Hermitage e Croz-Hermitage, produzidos no norte do Rhône, onde a Syrah (escrita francesa) brilha como a grande e única casta tinta. Há, portanto dois estilos distintos nos vinhos desta cepa: Syrah, a grafia francesa e o estilo do Rhône, e Shiraz, estilo grafado na Austrália e em grande parte do novo mundo do vinho. Verifiquem inclusive que as garrafas também divergem. O Syrah (francês) é comercializado numa garrafa borgonhesa, enquanto o Shiraz (australiano) é comercializado numa garrafa bordalesa. O estilo francês é mais clássico, tem taninos mais nobres, é menos alcoólico, menos amadeirado e mais ácido e sofisticado. Seus aromas variam de empireumáticos a especiados, com madeira dosada, fruta negra, sabor picante e condimentado, com uma longa vida na garrafa. O Shiraz australiano é uma bomba de fruta, mais alcoólico, com sugestão doce na boca, fruta quase cozida (compota), corpulento e denso no palato. Seus aromas sugerem geléia de frutas negras, chocolate e mentol em casamento com a madeira que se faz notar no nariz e na boca. São vinhos muito intensos, mas que já nascem palatáveis, protos para a apreciação. Gilvan Passos Consultor Internacional de Vinhos

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